Editorial
Tragédia inaceitável
Violar um ambiente tão sagrado como a escola com atos de covardia é uma dor que abre feridas em todo mundo que acompanha o caso. Ontem, mais uma vez, tiros em uma escola, dessa vez em São Paulo, ganharam o noticiário brasileiro e causaram dor, revolta e preocupação. No entanto, causa desespero ver que algo, antes tão pontual, vai se tornando mais corriqueiro conforme o tempo passa. Não há como naturalizar esse tipo de situação e passou da hora deste tipo de violência ser combatido na raiz.
Como ocorre por praxe diante de toda grande tragédia, os próximos dias serão de debates acerca dos motivos, potenciais soluções, ideias em torno do tema, etc. No entanto, não é possível ver essa pauta ser, ali na frente, esquecida de novo e só voltar à luz quando o próximo ato de horror voltar a afetar nossas crianças. No início do ano, o tema foi amplamente discutido, quando em abril uma onda de fake news com possíveis ameaças de ataques em escolas ganhou o noticiário, fazendo com que muitas cancelassem as atividades em preservação, principalmente, à saúde mental de alunos, pais e professores.
Agora, em São Paulo, novamente um aluno mata uma colega e fere outros três. As primeiras informações dão conta de que a escola não tinha identificado nada no comportamento dele que levantasse uma preocupação. Em outra área da investigação, foi constatado que o rapaz usou a arma do próprio pai, que era registrada. Ou seja, um indicador de que parte do problema vinha de casa, já que não é possível ou aceitável que menores tenham acesso a armamentos dentro do ambiente doméstico. Um facilitador para violência e acidentes.
Contra as ameaças e medo, o diálogo parece ser o caminho mais fácil para chegar a uma situação em que casos potenciais sejam identificados e estudantes tenham suas frustrações ouvidas para não chegarem nesse extremo. Apoio psicológico, formação de como lidar com sentimentos e tudo mais. Mas isso precisa de estrutura e capacitação dos profissionais e dos ambientes educacionais. Ou seja, mais um tema que, para ser resolvido, passa por investimento em educação, algo que deveria ser sempre o norteador de toda e qualquer decisão de poder público, independente da esfera.
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